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Dr. Mateus Abrita explica, na imprensa, relação entre o preço dos alimentos e a inflação

Fonte: https://www.facebook.com/100004666331328/posts/1733652743466920/?extid=wiNLlwRI9OO6oDKO&d=n

Inflação está baixa? Mas tudo parece nas alturas? O que aconteceu com preço dos alimentos?

Pelo Índice oficial de inflação no Brasil, chamado índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) a taxa de inflação está muito baixa, inclusive bem abaixo da meta do Banco Central do Brasil. Mas então porque esta sensação de tudo estar subindo?

Uma das explicações é a seguinte, o Índice de inflação é uma média e nesta conta temos preços subindo e outros caindo. No último IPCA divulgado, temos deflação, ou seja, recuo nos preços em Educação (-3,47%), Vestuário (-0,78%) e Despesas Pessoais (-0,01%). Por outro lado, aumentos em Transportes (0,82%), Alimentação e Bebidas (0,78%) e Habitação (0,36%). Assim, alimentos e gasolina pressionaram a inflação para cima. Em 12 meses fica ainda mais claro, enquanto a inflação geral subiu apenas 2,44%, o grupo alimentos e bebidas, subiu 11,4%.

Então, como a maioria das pessoas adquirem mais bens e serviços de transportes e alimentação, que subiram muito mais do que educação e vestuário, por exemplo, é natural que a percepção de aumento dos preços fique mais forte.

Mas o que está por trás dessas altas? Em economia geralmente múltiplos fatores afetam um fenômeno.

1-Com a pandemia ocorreram mudanças de hábitos e uma procura maior por itens de alimentação básica para cozinhar em casa; 2- O auxílio emergencial impulsionou o poder de compra de boa parte da população, para se ter uma ideia, entre abril e agosto, o governo injetou em torno de R$ 173 bilhões na economia através do auxílio (isto evidencia a importância do auxílio sobretudo para segurança alimentar dos mais vulneráveis); 3- Câmbio, o Real mais fraco frente ao dólar, incentiva a exportação dos produtos e pressiona os preços para cima. Exportação é quando o país envia seus bens e serviços para o exterior.

Já no caso especifico do arroz, somado a tudo isso:

1) existe uma alta internacional no produto. 2) Muitos países produtores tiveram dificuldades em relação a pandemia com restrições a mão de obra nessas produções e também interrupções nas exportações de grandes países produtores; 3) Além disso, alguns países também começaram fazer estoques, o que pressionou os preços.

Com a Redução da alíquota de importação os preços do arroz vão cair no supermercado?

Olha, essa medida ajuda, mas é muito difícil garantir isto, pois caso tenhamos uma depreciação do câmbio por conta de algum problema interno ou externo, sobretudo neste momento de imensa incerteza, essa redução de alíquota pode ser anulada parcialmente ou totalmente. Então, a dinâmica da pandemia no mundo, do comércio internacional, das condições de oferta e das taxas de câmbio vão ditar estes preços. Mas se essa medida ajudar a impedir novos aumentos já será importante.

Também ela pode mandar um sinal contra possíveis tentativas de especulação com estoques existentes. Um exemplo hipotético: se existe uma expectativa de um aumento contínuo e significativo, alguns podem tentar ganhos com isso, e ao reter estoques aí sim o preço fica ainda mais pressionado, então esse sinal é positivo de certa maneira.

Segundo Ministério da agricultura existe uma perspectiva de uma colheita maior ano que vem. Portanto, caso a pandemia tenha certo controle e o real ganhe um pouco de força frente ao dólar os preços tendem a baixar ano que vem.

ps: agradecimento especial por todo apoio da Emmanuelly Castro e José Câmara

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